Matheus de Paula Costa

Este é um partido de cidadãos para cidadãos, que se identificam com os valores liberais e não de estrelas conhecidas dos donos disto tudo, porque queremos mudar Portugal e torná-lo um país #MaisLiberal.

Afinal o que é o Liberalismo? Muitas pessoas confundem os ideais e a ideologia com outras, e muitos se declaram liberais sem de facto o serem, o que faz com que muitos liberais não saibam que o são.

Respondo a pergunta inicial com Fernando Pessoa, “O liberalismo é a doutrina que mantém que o indivíduo tem o direito de pensar o que quiser, de exprimir o que pensa como quiser, e de pôr em prática o que pensa como quiser, desde que essa expressão ou essa prática não infrinja directamente a igual liberdade de qualquer outro indivíduo.”. Sim, Fernando Pessoa era liberal e desde que descobri que ele o era, ajudou-me a compreender melhor a sua obra, mas isto fica para uma outra oportunidade.

Eu, a nível pessoal, concordo que o liberalismo é a crença em sete valores basilares: a liberdade (1); a racionalidade (2); o individualismo (3); o progressismo (4); a fraternidade (5); o interesse comum (6); o poder limitado e responsável (7). Peço que notem que citei individualismo, porque sou pela racionalidade, e devemos lembrar que quem formulou a “soma dos nossos interesses egoístas”, o fez numa altura embrionária do individualismo e ele próprio defendia a ética. E peço que notem também que não especifiquei que tipo de poder. Se é natural para um liberal que não exista concentração política (opondo-se a autocracias e oligarquias), será mais que natural que seja contra a concentração económica (monopólios e oligopólios) e social (nepotismo, favoritismo e compadrio). O liberal acredita na concorrência de ideias, iniciativas e no mérito individual, sem quaisquer distinções como de origem ou especificações pessoais.

E por essa mesma racionalidade, a ideologia evoluiu pelos séculos com os contributos de vários filósofos e pensadores, sendo que ninguém deifica qualquer um deles. É óbvio que ideias formuladas no séc. XIX, testadas e falhadas no séc. XX, irão voltar a falhar no séc. XXI. Temos que reconhecer que a sociedade não é estática e precisamos evoluir, e em conjunto superar os desafios sociais.

Os liberais têm um histórico de “rebeldia responsável” e, mais ou menos, desde 2014 que se abordava, academicamente, a necessidade de renovação dessa chama radical e revolucionária que culminou, recentemente, com o manifesto do The Economist. Não podemos aceitar um status quo viciado, clientelista e compadrista que está a minar os princípios fundamentais da liberdade de mercado, a livre concorrência, a meritocracia e a ascensão social.

Por isso que há mais de ano e meio identifiquei-me bastante com a Iniciativa Liberal (IL) e finalmente vi a possibilidade de haver em Portugal um partido verdadeiramente liberal. Desde Dezembro de 2017 que somos um partido político reconhecido pelo Tribunal Constitucional e desde esse mês nos tornamos partido membro de pleno direito da ALDE (Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa), a família política dos liberais no continente europeu. Sobre o que a IL acredita pode ser consultado em liberal.pt.

Mas o que me atraiu na IL?

Primeiro, já se identificava como liberal, sem medos, receios ou rodeios, quando ainda havia muitos preconceitos sobre o liberalismo e ainda ninguém imaginava que poderia estar na moda, em Portugal, se identificar como liberal.

Segundo, por não ter receios de se afirmar pró-Europa e Globalização. De rebater a mentira generalizada que a globalização trouxe pobreza, sendo que a nível global, graças à globalização milhões de pessoas ascenderam socialmente para as classes média e alta nos países em desenvolvimento. E nós, que temos o privilégio indubitável de viver em realidades desenvolvidas, temos que perceber que não voltaremos aos empregos do passado e temos que nos preparar para os empregos do futuro que trarão mais produtividade, prosperidade, conforto e qualidade de vida. E por isso, a IL não tem medo de combater o populismo económico e político.

O pensamento de longo prazo e de fraternidade intergeracional, que temos que fazer algo para garantir a sustentabilidade social. Sim, eu quero garantir o meu direito a reforma e acabar com o esquema Ponzi que os sucessivos governos têm perpetuado.

A igualdade entre cidadãos, não importando origem, género, sexualidade, etnia ou qualquer outra diferença. Que qualquer um tem o direito a amar e a ser quem quiser.

E mais importante, ser um partido de cidadania. Este é um partido de cidadãos para cidadãos, que se identificam com os valores liberais e não de estrelas conhecidas dos donos disto tudo, porque queremos mudar Portugal e torná-lo um país #MaisLiberal.