Em 2011 o nº de emigrantes portugueses terá ultrapassado os 100 mil. No entanto, este fluxo migratório tem novas características: mais jovem, mais qualificada, igual entre géneros, mais permanente, com novos destinos entre as economias emergentes no continente africano ou asiático. Enquanto o fluxo de emigração temporária, masculina e não qualificada se mantém constante e direcionado para o trabalho braçal, não especializado ou sazonal; a emigração da população com menos de 29 anos continua a crescer, maioritariamente trabalhadores com formação superior ou técnicos especializados, com pretensões de fixação permanente.
Face a este cenário colocam-se questões válidas quanto à forma de lidar com a “nova emigração portuguesa”: Será legítimo apoiar esta vaga de emigração qualificada? A Emigração constituirá uma perda face ao investimento público feito na formação destes cidadãos? Como aproveitar o potencial dos nossos novos emigrantes? Deverá ser feito um investimento no incentivo ao regresso desta “geração”.
Até ao final dos anos 70 do século XX a emigração de países do Sul da europa, como Portugal, com economias mais débeis, eram a fonte de mão-de-obra barata que satisfazia as necessidades de recruta das grandes economias industriais europeias. No início do século XXI a evolução das economias do sul da europa transformou os anteriores exportadores em Importadores da mão-de-obra disponível para trabalho não qualificado. A evolução económica associada à melhoria da qualidade de vida resulta num aumento significativo da esperança de vida e diminuição da natalidade e consequente envelhecimento da população.
Para satisfazer as carências de mão do obra a Europa vê-se confrontada com novas áreas de recrutamento, onde a natalidade é elevada e há fracas condições de vida, Zonas como o Magreb, a Europa de leste e antigas colónias europeias, com matrizes culturais dramaticamente distintas.
Em 2011 6% da população total da Europa era estrangeira e durante o ano de 2008 3 800 000 imigrantes entraram na União europeia.
Torna-se importante perceber como a Europa responde à emigração, quer ao nível do crescente multiculturalismo, que ao nível do controlo de fronteiras e políticas de emigração. Colocam-se questões como: “Como equilibrar os novos valores culturais que se impõem, e a identidade cultural de um país?” “Como gerir os conflitos crescentes derivados da não-integração e da crise económica?” “Como beneficiar de dois problemas como a Crise demográfica e a imigração?”