João Ribeiro

“Perco-me
No tempo sem tempo que jamais termina”

Tempo
Abstrato
Ilusão
Algo que nos conduz
Algo que nos manipula
Eterno
Fugaz
Como um feixe de luz

Perco-me
No tempo sem tempo que jamais termina
Nas horas
Nos minutos
Nos segundos
Não há forma de voltar atrás
Não há forma de o reviver

O tempo
Controla-me
Inquieta-me
Torna-me
Impotente perante a realidade
Não entendo
Como é que o Tempo
Abstrato
Ilusão
Inexistente
Tem tanto impacto
Tem tão pouca piedade?

Kronos, assim o era
Impiedoso,
Logo o tempo também o será.

 

 

Ilustração de Ana Morais