Anónimo
“Adeus sem nenhum lamento
Mais nada desejo que isto:
Um amanhã sem tormento.”
Deitado na sombra dos ciprestes
Enclausurado pelas derradeiras paredes
Encontro-me aqui, desnudo, sem vestes.
Veem-me aqui mas não credes.
Lua nova, noite sem luminosidade
Uma vida encerrada na perfeição.
Um segredo cheio de promiscuidade
Desaparece comigo na putrefação.
Adeus sem nenhum lamento
Mais nada desejo que isto:
Um amanhã sem tormento.
E no batimento derradeiro
Invade-me a ânsia de nada.
Do vazio tornei-me hospedeiro.