Ana Moitinho

“Quero viver no mundo,
De todos e no teu.

Deita-me ao lixo.
Destroça-me, enforca-me.
Enquanto puderes, fá-lo:
Mata-me.
Só não mates a minha alma.
Chacina o meu corpo,
Mas deixa a minha esperança viver.
Distribui um pouco por todos,
E deixa outro pouco para ti.
Quero viver no mundo,
De todos e no teu.