A recessão global de 2009, notícia de abertura de noticiários e manchete de jornais e revistas, teve um profundo impacto político, social e económico um pouco por todo o mundo. Menos mediático, mas igualmente importante, é o impacto da crise sobre o bem-estar físico e mental dos cidadãos. Por que razão, perante crises idênticas, a saúde pública em países como a Grécia se deteriora gravemente enquanto noutros, como na Islândia, chega mesmo a melhorar?

Nesta perspetiva surge “A Economia Desumana”, que aborda o debate político e económico sobre a crise com uma nova e fundamental perspetiva: o custo humano. Após uma década de investigação, os autores demonstraram que perante as piores catástrofes económicas, os efeitos nefastos na Saúde Pública não são inevitáveis e a má gestão governamental desencadeia episódios escandalosos em termos de Saúde Pública.

É apresentada uma conclusão demolidora: os cortes orçamentais prejudicam gravemente a saúde. São os efeitos da austeridade que agravam fatalmente os efeitos da crise, deteriorando programas de apoio social, precisamente no momento em que são mais necessários, agravando as taxas de desemprego e impedindo a recuperação económica.

Este livro defende que as decisões económicas não são apenas uma questão ideológica, de taxas de crescimento e de défices orçamentais, mas também questões de vida ou de morte. Só um sistema mais justo e igualitário, acompanhado de políticas inteligentes, poderá garantir o bem-estar e o desenvolvimento económico das sociedades.

Esta obra pertence à Coleção Humanista do Quórum – Fórum Político e encontra-se exposta para consulta na Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.