Sofia Lopes
“Parei de andar
Não há mais
Vento a soprar
Não há chão
Nem luz do luar
Parei de baloiçar.“
Baloiço num presente desprovido de vida
Densidade imaginada no vácuo sem saída
Guincham as correntes
Imploram por óleo
Só uma gota!
Algo
E
Nada.
Pago a cota
Do desejo erróneo
Falsas promessas crentes
Não era isto que tu querias, oh inocente?
Vens agora exigir algo tão diferente?
Não vês como és incoerente?
Uso o mesmo de ontem
Como semelhante
Acordo
Ou
Durmo?
Não é importante
Vejo antes que me contem
Tenho tanto na minha mente…
Ai! A dor da perda alheia que me invade
Arde mas não queima de verdade
É-lhes arrancado sem aviso
Nem um som
Nem um guizo.
Parei de andar
Não há mais
Vento a soprar
Não há chão
Nem luz do luar
Parei de baloiçar.