Pedro Poças
“Mas a alma repousa a meditar.
E lentamente se acalmam os sentidos.”
Praia, que os meus olhos têm fome desse espaço,
Onde, no céu cândido,
Os voos silenciosos das aves são o abraço,
O esquiço esplêndido de cores cruas,
O carinho que afaga o cansaço.
E o som retumbante entre os pinheiros,
Não é só música, é o bater do coração,
As almas encorpadas dos marinheiros
Galgando a areia, para onde irão?
E o tato exalta-se no mar
Tal é a excitação do frio nos tecidos, embevecidos.
Mas a alma repousa a meditar.
E lentamente se acalmam os sentidos.