‘Corrupção’ com origem no latim, traduz a ideia de algo quebrado e a apodrecer. Nos últimos tempos, esta palavra tem andado pelas bocas do mundo, sendo inclusivamente eleita palavra do ano de 2014 pelos portugueses. Este último ano foi especialmente rico em casos mediáticos de corrupção, nacionais e internacionais, episódios obscenos que pela frequência não suscitam mais que um breve alvoroço logo silenciado pelo caso seguinte; foi também o ano em que se bateram recordes de cobrança fiscal em Portugal, após a introdução de controversas medidas de combate à evasão fiscal. Também recentemente, se reiniciou na Assembleia a perene discussão de propostas de lei contra o enriquecimento ilícito. Nos “entretantos”, Portugal subiu ligeiramente no ranking na associação Transparência Internacional, para o 31º lugar, e são os partidos políticos e as forças de autoridade os agentes tidos pela opinião pública como os mais afetados.
Estes são apenas alguns sinais de mudança na cultura cívica no que toca a este tema, num contexto de descredibilização da classe política e estrutura governativa, mas continua a faltar uma visão estratégica, uma abordagem global, aquele que muitos consideram ser, mais que um defeito, um traço cultural.
Para explorar este tema, convidámos o Professor Doutor Paulo Morais para uma breve conversa, em que partilhará sua visão, e onde haverá espaço para questões e discussão.