O Estado Islâmico é um califado auto-proclamado em 2014, que se localiza em parte do território da Síria e do Iraque. Também conhecido por Estado Islâmico do Iraque e do Levante, proclama-se como o verdadeiro “estado islâmico” do mundo, seguindo os ensinamentos do profeta Maomé. Abu Bakr al-Baghdadi, o seu líder, diz mesmo que a formação deste estado é uma obrigação e que todos os muçulmanos lhe devem obedecer.
O surgimento do califado veio reaquecer a falha geopolítica da região, ainda em rescaldo após a queda do regime de Saddam Hussein, no Iraque. Desde o início, o Estado Islâmico firmou como seu objetivo a luta contra os infiéis, isto é, todos aqueles que não seguem os ensinamentos do profeta. Os ataques têm visado vários grupos étnicos e religiosos, e são especialmente provocadores para os países ocidentais através da divulgação de vídeos. Aliás, o uso das redes sociais para divulgar as suas mensagens e recrutar membros tem sido um ponto marcante, dando-lhes um grande alcance. Entretanto, o número de ocidentais que se junta às fileiras do Estado Islâmico já ronda os milhares, desconhecendo-se as possíveis consequências que tal pode trazer, quer para os países europeus, quer para os próprios cidadãos.
Na cimeira subordinada ao combate ao extremismo violento, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, usou a retórica para tentar descredibilizar o Estado como islâmico. Mais recentemente, pediu o apoio ao Congresso norte-americano para envidar esforços na intervenção militar já iniciada, para a qual a União Europeia também prometeu contribuir.
É portanto difícil ignorar esta organização. Impondo-se uma luta concertada contra o Estado Islâmico, resta saber como esta se há-de estabelecer. Enquanto uns advogam sobretudo uma estratégia militar, outras vozes apontam a necessidade de se fazer uma campanha ideológica, defendendo que ações ofensivas podem contribuir para aumentar o sentimento de hostilidade para com o mundo ocidental e recrutar mais seguidores do radicalismo.
E como havemos de lidar com os cidadãos retornados – tratá-los como inócuos ou uma ameaça? Como havemos de zelar pela segurança pública, sem desrespeitar os direitos dos cidadãos e sem cair na discriminação religiosa? Poderemos combater o Estado Islâmico sem colocar em causa os nossos valores europeus?
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