João Esteves
“(…) se o que estou é
condenado a ver o outro lado a partir do meu?”
ainda que o tempo não dê para perceber todas
as coisas, dizem-me que devo abeirar-me
do desconhecido, dessa outra visão que ignoro.
contudo, era bom que alguém me elogiasse
o desconhecimento que tenho das coisas: haverá
beleza alguma em descobrir que tudo é
relevante ou que nada é suficiente, se o que estou é
condenado a ver o outro lado a partir do meu?
Ilustração de Rui Miranda